**Título: A Vida e o Triste Final de Jorge Rigaud (Episódio 216)**
Em uma reviravolta trágica, a história de Jorge Rigaud, um dos atores mais prolíficos do cinema argentino, ganha novos contornos de dor e esquecimento. Nascido em Buenos Aires em 1905, Rigaud viveu uma vida de sucesso nos palcos e nas telas, acumulando mais de 200 filmes em sua carreira. No entanto, seu legado se desfez em solidão e desamparo.
Após uma carreira brilhante, que incluiu papéis em Hollywood e na Europa, a vida de Rigaud tomou um rumo sombrio após a morte de sua esposa, Luisa Sanlaville, no final dos anos 70. Sem filhos ou parentes próximos, o ator se viu mergulhado em uma profunda solidão. O que se seguiu foi um triste epílogo: em janeiro de 1984, após ser atropelado por uma motocicleta em Madrid, ele foi maltratado em um hospital, onde foi tratado como um indigente e, posteriormente, expulso para um geriátrico.
Desprovido de voz e defesa, Rigaud chegou ao geriátrico de Leganés, onde a negligência e o descaso o levaram à morte em poucas horas. O ator, que uma vez foi amado por multidões, teve um funeral marcado pela indiferença, com apenas oito pessoas presentes, a maioria funcionários do cemitério.
A história de Jorge Rigaud, que conquistou corações nas telonas, termina em um cemitério sem nome, em uma fossa comum, sua lápide destruída, enquanto os holofotes da fama se apagaram. O esquecimento que o cercou após sua morte levanta questões inquietantes: como um ícone do cinema pode ser relegado à obscuridade? A resposta pode estar na sua identidade multifacetada e na falta de descendentes que perpetuassem seu legado.
Agora, um novo documentário intitulado “Os Últimos Dias de San Valentín” está prestes a resgatar sua história, mas resta saber se a memória de Jorge Rigaud finalmente receberá a reverência que merece.